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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sobre a pele em que habito


Uma camada grossa sobre a outra, que o tempo dilacera. Corpo que se pergunta, confunde-se, perdoa e agride.
Quem está dentro de mim?
Prometi perdão ao mundo  mas era mentira, culpo a camada grossa que me cobre por isso.
Anos atrás com dentes tortos e agora com grades impedindo o sorriso, é estética. Mal sei sabendo que daqui alguns anos isso não valerá de nada, eles apodrecerão como a minha carne embaixo da terra em um futuro creio eu ainda mais distante.
Alma, corpo, cérebro, sentimento, perfil. O perfil que me cobre e que desejo mostrar ao mundo da cegueira branca. Já que todos estão cegos  não me vejam.

Abri a mão e com um olhar profundo vi as minhas chagas, ao mesmo tempo tenho descascado como uma pintura velha. Mas já que estão cegos prefiro que não me vejam.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Como disse Santo Agostinho


A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.
O cordão de união não se quebrou.
Porque eu estaria fora de teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista?
Não estou longe,
Somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.
Redescobrirás o meu coração,
e nele redescobrirás a ternura mais pura.

[ a saudade aperta , mas sei que está do outro lado do caminho olhando por mim, te amo]

domingo, 27 de novembro de 2011

Há uma senhora que tem o certeza que tudo o que brilha é ouro

Ontem conversei com a raposa ou o gato (a), eu não sei qual animal ela se considera, não a reconheço mais. Algumas pessoas são sinais de fumaça no céu.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Puedo ver el perfil del fantasma que hay en mi interior

              Deus sabe o quanto tentei fazer as coisas direito, mas chegou o momento que entrei em ebulição. Era quente demais e já estava transbordando. A cada grito ou mau humor que precisava escutar sem ter culpa, aos conselhos que eram distorcidos e tornavam-se vulcões. A última vez em que pequei foi quando abri seus olhos com as mãos. Sim, tudo aquilo me incomodava,  não queria fazer parte. Não sou um anjo, mesmo com os meus vínculos religiosos, errei e usei palavras amargas que foram contrárias ao que queria dizer. Talvez tenha errado por cobrir a minha rosa com a redoma de vidro, sendo que ela sempre se protegeu sozinha mesmo com todos os seus demônios.
                 De qualquer forma mais uma vez fui ferida com os seus espinhos, e não fiquei mal somente por três dias como de costume. Agosto me jogou ao chão e algumas cicatrizes ainda não fecharam.

                  A depressão passou, agora preciso me manter acordada e procurar alguma distração até as minhas forças voltarem. O caminhar tem sido lento, mas é essencial que ele seja assim, não quero cair em buracos novamente, pelo menos não por enquanto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Desvanece el frío

            Folhas que eu insistia em colorir agora estão jogadas no canto do quarto, não dou a elas funções, ficam ali desbotando a cada dia. Agora ouço Dylan como tenho feito desde os meus 14 anos, “Positively 4th street” é a canção da vez, mas com menos força que  semanas atrás.
              Passei meses tentando amenizar a dor que a menina dos girassóis me deixou quando partiu. Mas junto com a dor vieram mudanças, como a de querer voltar no tempo e procurar e pedacinho de mim. Tive uma ampliação do mundo,  de repente ele estava colado em meu rosto. Não  cabia mais sentir rancor, por mais que ele estivesse ali, precisaria expulsá-lo - não faz parte da minha essência.
              Agora entrando em contradições, mas em um ritmo menor , estou com o coração calmo, leve.
Não quero que tudo volte.

Mantenha-se a distância.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Con el nudo en la garganta

    Uma e trinta e oito, não fume, não entre na via. Desta vez  não desci na terceira estação da linha que não lembro a cor nesse momento.
     Muita gente sempre me sufocou, deixou confusa. Dando meia volta já encontrei cinco saídas, mas  preciso esperar. Não sei quanto tempo demorará a ele chegar. Quis pegar um livro em uma daquelas máquinas, mas ela acusou estar fora de serviço. De qualquer forma acho que virão sorrisos por aí, pelo menos eu acho que virão, o dia está chuvoso, ele já avisou por telefone que sua roupa está toda molhada. Entenderei se estiver de mau humor, mas hoje é um dia que estou precisando do seu sorriso.
     Voltando à terceira estação, ela esse final de semana não me saiu da cabeça. Aqui ao meu lado tem um piano, as pessoas se alternam para tocar,  uso como trilha para os meus pensamentos.

Agora já em pé,  encontro-me no terceiro piso e vejo que lá embaixo o chão ainda está molhado. Ele ainda não chegou.   

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Vertentes

 “Felicidade se constrói”, dois anos se passaram até então. Tenho tentado adestrar a consciência, mas como já disse Nietzsche – quando adestramos a nossa consciência, ela beija-nos ao mesmo tempo em que nos morde.
  É inevitável pensar que falhei como anjo, era essa a visão que ele tinha sobre mim. Em algum momento coloquei-me às cegas. Fiquei sentada no alto da janela por tempo demais.     
  De repente não havia mais fada, o meu olhar por tempos se viu escuro, assim como a alma. A gente parou de olhar um ao outro e nos viramos para o mundo – abismo.
 Há pouco tempo descobri como é sentir saudade, quando envolve muito amor, corrói, MATA.

O olhar dele sobre mim.

  "Alguma vez já sentiu medo de ficar sozinho? De não ter pra onde ir, ou a quem recorrer nas horas difíceis? Pois eu, não!
A vida inteira tive uma única certeza, apenas uma coisa me consola nesse ingrato mundo em que vivemos. Que nele vive uma fada, de olhar encantador e intrigante. Um anjo que se alimente de esperança no café da manhã, que cria cenas de amor com simples gestos!
Quem falou que a vida é tão ingrata assim? Só nos damos conta de que ainda existe algo de bom quando olhamos além dos nossos horizontes, e vemos com o olho da alma que existem pessoas mágicas que possuem o poder de transformar tudo ao redor!
Talvez o mundo se transforme a cada sorriso. Talvez o mundo ainda possa ter algo belo a nos mostrar!"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sua despedida foi rodeada de girassóis.

Nunca vi um céu tão belo.Era ela que acabara de chegar com seu sorriso largo e bonito.Era ele sorrindo de volta.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Menina Branca

   Preza dentro de incertezas: de manhã um céu azul, a tarde já tomando forma trocando a cor. Coração na mão, na boca, e então ele volta ao seu lugar. As batidas que há dias já descompassadas agora em um ritmo mais acelerado.  Já havia me esquecido o gosto da lágrima, hoje com o terceiro dia de choro coloquei a língua para fora e senti.
    De hora em hora lembro-me daquele sorriso largo, a luz bonita e rara. Não me deparo há tempo com gente assim, convivo em um mundo de sorrisos falsos, pessoas de almas escuras. Ela não, sempre cercada de sonhos, um pouco Maria subindo no pé de manga, brincando com o tatu bola, menina mulher.
   E agora já não me cabe pensamentos, lembranças, somente impotência diante o movimento das pedras. Só espero; pode-se chamar de fé, os mais religiosos às vezes chamam a esperança assim. Agora é noite, não posso prever o céu.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Lembro que ele me dizia:"minha flor , meu bebê ".

Foi então que bateu a saudade forte, pulsante. O meu lado esquerdo descompassado.
“Cheguei  em casa hoje e o céu estava cinza,aquela árvore da minha rua que outrora bonita agora se encontra em galhos secos,não é sua época de florescer.Estou assim também,cinza.Confesso que a cidade está diferente sem você.Três , ás vezes quatro dias da semana vou para a cidade vizinha  ver um amigo ,mas ultimamente tem sido estranho.Tem um espaço dentro de mim que está aos berros constantes. 
   Tive a oportunidade de te ver, mas não fui, caí na neura de achar que eu não estava apresentável  (talvez não estivesse mesmo)... “

Sobre dias de luto

Você deixou o mundo "with a satisfied mind" .O céu ainda é cinza após três dias por aqui.

terça-feira, 2 de agosto de 2011